quinta-feira, 6 de maio de 2010

Ah! se eu pudesse...

Se hoje Deus me perguntasse que sentimento eu gostaria de reviver, como presente que ele iria me ofertar, simplesmente responderia: a sensação de receber o abraço de minha mãe. Sinceramente não me recordo que sensação é essa, só sei que isso faz muita falta em minha vida.
Sei perfeitamente qual a sensação e alegria de receber o abraço de um filho amado; de um marido carinhoso e cuidadoso; de um irmão sincero, seja ele irmão de sangue ou na fé... Porém a emoção de receber o abraço carinhoso de mãe, ficou perdido em algum lugar na minha memória de criança e, por mais que me esforce, não consigo lembrar...
Minha mãe faleceu quando eu tinha 7 anos, e quase nada ficou em minha lembrança dos momentos , com certeza felizes, passados junto a ela. Quantas canções de ninar; quantos acalantos; quantos embalar de rede; quantas histórias infantis; quantos beijos de "boa- noite";quantas noites passadas em claro, devido a um problema de saúde (quem sabe); quanto cuidado prestado, mediante um ferimento, por vezes tão pequenino ou por vezes tão grande, que só um beijo de mãe pode curar; quantos abraços... Escondidos em algum lugar na minha mente, porém nenhum deles vem à tona em minha memória... Por mais que me esforce não consigo lembrar. Ah! se tivesse alguma forma, quem sabe uma cirurgia craniana, em que pudesse arrancar lá do baú de meus pensamentos, do profundo de minhas lembranças a sensação do abraço de minha mãe... Ah se eu pudesse...mesmo que por segundos, encostar a cabeça no peito de minha mãe e ouvir a música maravilhosa das batidas de seu coração...
Mas o tempo passou e tudo ficou para trás, e minha memória, traiçoeira, escondeu toda essa maravilha, esse tesouro em algum lugar... rasgou o mapa... e meu tesouro ficou perdido para sempre, em algum lugar do passado, em algum lugar de minha mente.
Quão cruel é o tempo... Dizem que é bom para curar as feridas da alma; porém mostra toda sua crueldade quando apaga e rouba de nós as melhores lembranças da infância.

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