Sinto-me como casa desabitada
Sem moradores, sem inquilinos,
Sem coração que pulsa
Sem pulmão, sem voz, sem vez , sem vida
Só paredes e cômodos
Vazia de sentimentos, vazia de emoções
Sem alegrias, sem tristezas
Sem amor, sem paixão
Sem risos, sem choro
Sem sono, sem sonhos
Sem despertar, sem janela a abrir
Portas cerradas, cadeado que sufoca
Casa desabitada
Só silêncio, penumbra, escuridão
Em busca de uma chave
Para me tirar desse marasmo,
desse estado de latência
Chave que escancare portas
abra janelas, persianas, cortinas
trazendo novamente o som maravilhoso
de vozes, de sentimentos, de risos
das batidas de emoção
de um coração que verdadeiramente vive.
Que deixe entrar a luz do sol.
o cheiro gostoso da manhã
a brisa suave perfumada
que traga a esperança de que
dias melhores virão.