quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O ser humano tem uma "queda" para o julgamento extraordinária, porém sempre voltada ao outro, nunca em relação a si mesmo. Quando o assunto é o outro, aparecemos na história como doutores e conhecedores dos fatos e da lei. Costumo dizer que, se julgássemos constantemente nossas atitudes, como o fazemos com nosso próximo, e com o mesmo rigor que julgamos o outro, com certeza seríamos pessoas melhores.
Creio que dentro de cada um de nós mora um juiz, na maioria das vezes bem cruel. O juiz, profissional, quando julga determinado caso ( não o criminal, pois esse quem julga é um grupo que representa a sociedade) e aplica determinada pena, baseia-se em fatos comprovados e leis vigentes no país. O juiz que habita em nós, julga e aplica a pena de acordo com critérios estabelecidos por nós mesmos, de acordo com nossas necessidades e sentimentos em relação ao outro. Julga baseado em preconceitos, conceitos e idéias estipulados pelo nosso coração, que sempre se coloca em um lugar mais elevado e melhor que o do outro. Pior ainda, ao julgarmos o outro, nosso julgamento se baseia, em especial, naquilo que nossos olhos, enganosos, vêem; e naquilo que nossos ouvidos, tão enganosos como os primeiros, ouvem. Costumo dizer aos meus filhos que tenham muito cuidado com as janelas da alma que são os olhos e os ouvidos, pois nem tudo que eles vêem , ou ouvem, e que nosso intelecto interpreta e cataloga como real, representa de fato a realidade.
O que temos que trazer constantemente ao nosso coração é a verdade de que Deus não nos deu o cargo de juiz, o julgar cabe a Ele. Deus nos deu sim, o cargo mais maravilhoso que existe dentro do reino, o de mensageiro de suas boas novas. O mensageiro de boas novas é o "profissional" do reino mais aguardado por um coração desejoso de ouvir mensagens que mudarão sua vida. Lembro-me quando o Paulo, meu esposo, estudava em Recife. Toda semana aguardava ansiosa o momento do mensageiro ( carteiro) que traria as notícias e boas novas a respeito dele, de sua vida ali em Recife; de sua chegada para as férias... Meu coração aguardava ansioso pelo momento do mensageiro chegar... Assim se encontram muitos corações à nossa volta, desejosos pela chegada de boas notícias , de boas novas que mudarão sua vida, alegrarão por completo seu íntimo. E nós, na grande maioria das vezes, ignoramos esses corações, negligenciamos tão maravilhoso e gratificante trabalho, e nos entregamos a realizar um trabalho que não compete a nós, no qual não temos formação, especialização, qualificação, capacidade e muito menos competência em realizá-lo.
A qualificação e diploma de mensageiros recebemos das mãos de Deus. Um diploma cujas letras estão escritas com sangue, o sangue de Jesus derramado na cruz e que traz o selo da presença do Espírito Santo de Deus , que passa a habitar em nós, quando aceitamos o sacrifício de Jesus na cruz e nos entregamos nas mãos de nosso Grande e Poderoso Deus, para que Ele venha a agir através de nós.
Que Deus continue derramando sobre nós suas misericórdias e nos faça enxergar quão gratificante é nosso trabalho de mensageiro.E nos faça desempenhar com alegria esse maravilhoso trabalho.