Certo dia, duas pessoas ganharam um presente especial de Deus: cada uma recebeu um lindo vaso com uma pequenina roseira. Porém juntamente com o presente receberam de Deus também a responsabilidade de cuidar destes com carinho, amor e dedicação, fazendo de tudo para que ela crescesse, desabrochasse e florecesse. Elas foram escolhidas para ser o jardineiro único e exclusivo, que cuidaria , cada um, de sua plantinha.
Uma delas, sentindo-se apta para a missão, pensou: já sei o que vou fazer, vou deixá-la aqui neste vaso mesmo, e guardadinha dentro de casa, assim fica mais fácil de controlar o crescimento e, além do mais, se tiver qualquer imprevisto como chuva, muito sol ou muito frio e geada, nada irá atingi-la. E assim também não terei tanto trabalho. Também dentro do vaso, não terá como crescer demais e portanto terei menos trabalho de poda e adubagem. Não terei que está vendo com frequência se tem pragas, pois, vivendo trancada em casa , nenhum inseto a alcançará. E assim fez. Tendo o cuidado de tirar-lhe todos os espinhos para que esses não viesse a machucá-la. E assim ficou a pobre roseira, jogada em um canto da sala, onde não atrapalhasse a passagem dos outros, de vez em quando recebia um pouco de água e, quando tentava desenvolver uma folha a mais que fosse, era podada de imediato, pois se crecesse iria dar muito trabalho e precisaria de um espaço maior. Além do mais, para seu jardineiro, folhas e espinhos não tinham importância alguma, achava que a única missão daquela roseira era dar rosas, nada mais que isso. E assim, aquela pobre roseira, que tanto desejava ver e sentir a luz do sol, a brisa da manhã e o orvalho da noite; que sonhava em sentir as mãos do jardineiro tocando suas folhas, ouvir a sua voz suave e o cantar dos pássaros... Impossibilitada de tais coisas, não quis desabrochar e florescer, guardou todas as rosas que tinha dentro de si, com receio de que essas passassem pelas mesmas tristezas que passava e perdeu a alegria de viver. Tornou-se cinza , desprovida de folhas e em seu tronco, fez brotar o triplo de espinhos de antes, para que ninguém dela se aproximasse, e assim foram todos os anos de sua triste vida.
A outra pessoa, sem qualquer experiência em cultivo de planta tão especial, colocou-se diante de Deus e pediu seu direcionamento, se sentia incapaz de cumprir tão valiosa missão. Porém começou seu trabalho confiando que Deus estava na direção. Assim, seu primeiro ato foi tirar a plantinha com todo cuidado do vaso , que tanto limitava seu crescimento e desenvolvimento, procurou o lugar mais especial que havia em seu jardim, onde brilhava o sol suave da manhã, e a brisa da tarde soprava carinhosamente.Abriu um buraco , colocou adubo e ali a colocou, tendo o cuidado de sempre falar para aquela pequena planta o quanto ela era um presente especial de Deus para sua vida. Assim , todos os dias ela se debruçava na areia do jardim, acariciava suas folhas e espinhos, agradecendo a Deus. Algumas vezes, espetando o dedo no espinho, deixava rolar uma lágrima que descendo de seu rosto caía suavemente sobre a raiz da roseira, fazendo-a de imediato agradecer a Deus aquela espetadinha, pois a cada dia ia conhecendo os lugares onde devia apoiar as mãos sem também machucar a roseira. Em dias de chuva, pegava um guarda chuva e ali ficava , em torno de sua roseira, pra que os pingos fortes da chuva não a machucasse, porém permitindo com que a água da chuva escorresse pelo caule, fortificando-o. E assim aquela roseira cresceu, se desenvolveu, debaixo dos cuidados e carinho de seu jardineiro. Se tornou forte, floresceu e deu rosas que espalhavam seu perfume por todo o jardim e atraía borboletas, abelhas e beija-flores, que faziam a festa por entre seus pequenos galhos. Assim cresceu feliz aquela roseira, sempre debaixo dos cuidados de seu jardineiro, que se desdobrava em carinho e falava o quanto ela era especial para ele. Dela brotaram muitas outras roseiras, que se espalharam por todo o jardim e, deu muitas mudas que se espalharam pela cidade, tornando a vida de todos, bem melhor. Tudo porque aquele sábio jardineiro, colocando-se diante de Deus, cumpriu com alegria e amor a maravilhosa missão de cuidar de sua roseira.
E Você? E Eu? E Nós? O que estamos fazendo com a roseira que Deus deixou sob nossos cuidados? Estamos impedindo-a de crescer e florescer ? Ou estamos cuidando com alegria, carinho e amor, dando condições para que ela cresça, floresça e traga beleza e perfume por onde andar??
Que Deus nos abençoe e tenha misericórdia de nós!