Esses dias, em busca de um livro para saborear uma deliciosa leitura deparei-me com o famoso Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis. De súbito veio à minha memória a estante da casa de meu avô. Ficava em um dos cantos de uma enorme e agradável sala da casa onde passei a maior parte de minha infância, toda minha adolescência e parte de minha juventude. Isso porque em uma das prateleiras, daquele “sábio” móvel existia uma coleção maravilhosa de Machado de Assis e, vizinho a ela , uma coleção não menos interessante que esta, de José de Alencar. Esse fato delas serem vizinhas na estante de meu avô (homem sábio, da caráter admirável e dado a longas horas de leitura) marcou por muito tempo meus anos escolares, pois foram muitas as vezes que confundi as obras literárias desse dois personagens ilustríssimos de nossa literatura. Pois sempre que via o título da obra de um deles, em minha cabeça vinha a imagem daquela estante, e as obras se fundiam, como se os autores tivessem se tornado um só. Como “marido e mulher” os dois se fizeram uma só carne em minha cabeça. Sempre achei isso tudo muito interessante.... Somente com o passar dos anos é que fui conseguir desvencilhar uma alma da outra. ( onde tem alma, lê-se escritor ).
Pois bem, apesar dessa maravilha literária está ali ao alcance de minhas mãos, poucas vezes retirei um dos livros desses autores para ler, isso porque existia na parte superior do dito móvel uma coleção de livros que era uma concorrente desleal, visto que estamos falando de uma leitora que contava, à época, por volta de 10 anos até os 17, por aí... Nessa coleção havia títulos que enchiam os olhos de qualquer leitor dessa idade, como: O Conde de Monte Cristo, Beleza Negra, Alice no País das Maravilhas, Alice no País dos Espelhos, Aventuras de Tom Sawer, O Ultimo dos Moicanos... e por aí vai. Era uma média de 17 livros dessa coleção, e eu li todos.
Agora, aos 42 anos me via frente a frente com aquele livro o qual desprezei por toda a adolescência, o que fazer... Lembrei então das palavras de minha irmã Mônica, (formada em letras e professora de literatura e gramática ), em uma das últimas vezes em que estive
Você poderia então perguntar: “então você se arrepende de não ter lido esse livro na adolescência ?” Então minha resposta é: Não, não me arrependo, creio que existem determinados livros, que lidos em tenra idade, não se consegue extrair dele sua essência. É preciso alguns anos de vida, para que enxerguemos o “belo” em coisas onde não o víamos antes.
lindo post...parabéns tia.Realmente Machado de Assis e um gênio,pena que poucas pessoas conhecem a obra do autor fluminense,bjus
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