terça-feira, 3 de agosto de 2010

As duas sementes.




Certo dia um homem sofreu uma profunda decepção. Tinha confiança plena em pessoas que amava, até que sofreu um tremendo golpe destes, o que o deixara triste e “desesperançoso” em relação aos seres humanos. Aquilo doía tanto por dentro , que ele não conseguia mais ver a beleza das coisas que o rodeava.
Sabendo que não poderia viver daquela forma e sentindo-se incapaz de mudar aquela situação, resolveu buscar conselho de um sábio do lugar . Chegando lá , expôs a situação, mostrando-se incapaz de achar a solução. Não sabia que direção tomar, sabia que devia perdoar-lhes, mas não conseguia, que pensava em partir para a indiferença, desejoso de esquecer aquelas pessoas que um dia tinham sido alvo de seu amor e ignorá-las para sempre, mas também não sabia como fazê-lo.
Diante do que fora colocado, o Sábio presenteou-lhe com duas pequenas sementes: uma semente era da árvore da indiferença e a outra da árvore do perdão. Falou-lhe da importância de escolher a do perdão, que traria frutos maravilhosos à sua vida, porém, ele era livre para fazer sua escolha. Deveria meditar durante toda a noite e, na manhã seguinte, deveria plantar a semente , cuja árvore tinha escolhido, no solo de seu coração.
Pegou as sementes e colocou-as no bolso,despediu-se do sábio, agradeceu-lhe o presente e seguiu viagem até em casa, onde passou a noite a meditar. Pela manhã, já tinha uma decisão tomada. Queria perdoar aqueles que o tinham magoado, afinal, por inúmeras vezes tinha sido alvo do perdão e do amor de tantos outros...
Tomada a decisão, abriu o bolso de seu jaleco, porém, naquele momento seu coração disparou... no momento em que recebera as sementes do sábio, estava tão absorto em seus problemas que não prestou a atenção devida, e agora não sabia qual era a semente do perdão e qual era a semente da indiferença. Qual deveria escolher?? Qual deveria plantar??
Naquele momento teve uma idéia surpreendente: plantaria as duas sementes em seu coração, e nas duas usaria como adubo, o amor. Sabia que a semente da indiferença jamais germinaria em um solo cujo principal constituinte era o amor. E assim o fez.
No dia seguinte, uma das sementes praticamente murchara e a outra já deixava transparecer um broto verdinho e viçoso, que, em menos de uma semana já era árvore. Em duas semanas já dava frutos. Os mais bonitos já vistos. Retirou alguns destes frutos e deu como presente àqueles que o magoara.
E assim aquele homem pôde então sentir a verdadeira paz invadir seu coração, o sol voltou a brilhar todas as manhãs e tudo à sua volta se tornou lindo outra vez.

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